Memória, espaço e colonização. Ruturas e continuidades na ficção portuguesa pós-colonial: Lídia Jorge, Mário Cláudio, e Isabela Figueiredo

Roč.42,č.1(2021)

Abstrakt
Partindo de uma discussão dos contextos que suscitaram, nos últimos anos, um espaço público de debate aumentado em torno da problemática da descolonização dos espaços Africanos ocupados pelo regime português até ao termo do Estado Novo, o presente ensaio visa promover uma reflexão em torno da noção de 'território' que é produzida por sucessivas gerações de autores de nacionalidade portuguesa. Após revisitar os principais argumentos teóricos referentes ao que tem vindo a ser enquadrado nos termos da "especificidade" (ou ausência dela) da ocupação colonial do regime português em África, com destaque para as posições defendidas pelo sociólogo Boaventura de Sousa Santos e os debates que estas suscitaram em anos recentes, proponho aqui uma releitura de Costa dos Murmúrios (Lídia Jorge, 1988), Tocata para Dois Clarins (Mário Cláudio, 1992), e Caderno de Memórias Coloniais (Isabela Figueiredo, 2010), privilegiando aproximações contrapontísticas e leituras rentes ao texto como forma de problematização dos imaginários espaciais construídos nestas narrativas.

Klíčová slova:
literatura portuguesa; pós-colonialismo; memória; território; retorno

Stránky:
283–301
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